O ÚLTIMO PAJÉ
Cheio de angústia e de rancor calado,
Solene e só, a fronte carrancuda,
Morre o velho Pajé, crucificado
Ma sua dor,tragicamente muda.
Vê-se-lhe aos pés, disperso e profanado,
O troféu dos avós: a flecha aguda,
O terrível tacape ensanguentado,
Que outrora erguia aquela mão sanhuda.
Vencida a sua raça tão valente,
Errante, perseguida cruelmente,
Ao estertor das matas derrubadas!
"Tupã mentiu!" e erguendo as mãos sagradas,
Dobra o joelho e a calva sobranceira
Para beijar a terra brasileira.
1900 - " Suprema Epopéia."