HARMONIA SUPREMA
Eu te amo! Eu te ano! Eu te amo! Irrompa finalmente
Do meu lábio covarde, alto, numa explosão
Fatal, de uma só vez, este segredo ardente,
Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Ó Verbo onipotente
Que se fez carne! Ó doce e horrível Confissão!
Asa que vem do Azul varrendo a Noite em frente,
Aleluia eternal, suprema Redenção!
Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Ó que aurora irradia
Desta frase ideal que ando cantar, à toa...
Silêncio! Versos meus... parai vossa Harmonia!
Basta! A voz deste Amor que me enleva e me aterra!
Do meu Corpo à minha Alma, indômita, revoa
Como um raio de sol que prende o Céu à Terra!
1903.