NA MATA
Quatro horas da manhã: já da bruma o frouxel
Se vai rasgando, pouca a pouco, à luz do dia;
Leve, o polvilho azul dos astros, a granel,
Espalha-se, desmaia, à brisa que esfuzia,
Boceja a mata escura. Ao longe, no cairel
Do abismo de folhage' uma giboia pia;
Inflama-se o oriente, e um mágico pincel
De linda cor de rosa o céu todo irradia.
Fantástico, porém, das aves todo o bando,
Principia a cantar, fugas contrapontando,
Que um meigo sabiá reger calmo parece;
Do sol surge, afinal, a imensa face loira...
Mas eis que a orquestra pára... um tiro bruto estoira.
Silêncio... tudo foge... é o Homem que aparece!
1902 - Alma Brasileira".