SILÊNCIO

Meu silêncio, às vezes, é pura poesia.

Mas também pode só ser o escutar.

Pode ser intenso grito de agonia,

Na mudez que se apresenta num olhar.

Pode ser um mar de amor... de sentimentos,

num lugar onde a palavra silencia...

ou um alto revoar de pensamentos,

traduzidos no calar de mais um dia.

Pode ser o intenso cheiro de esperança

que inebria o desejar de mais querer...

ou os pés cansados... fartos, da andança,

do caminho à frente, imenso a percorrer.

Meu silêncio em teu olhar se faz criança

anda alegre, riso solto, pés descalços...

que diante do sonhar, o mundo alcança,

e procura a segurança em teus abraços.

Meu olhar deixa o silêncio e vira rima

num poema, numa letra de canção...

grita o som, baixinho canta... se anima,

fala alto o que brotar no coração.

O silêncio ganha voz na poesia,

não tem medo de falar tudo o que sente,

se embrenha em novo verso, em cantoria...

não se esconde, se levanta, segue em frente.

E o verso criador da harmonia,

no silêncio da escrita se revela,

deixa o som, deixa a cadência, a melodia,

faz da letra, a sua voz e a sua tela!!!

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 06/12/2014
Reeditado em 06/12/2014
Código do texto: T5060972
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