UM AMOR PEREGRINO

De novo, pela vida, te encontro...

Mãos feridas, pés sangrando.

Teus olhos castanhos, cansados

De olhar para nada...

Cabelos, pelos ventos da tristeza, açoitados.

E tua alma, pela solidao, maltratada!

O desencanto, de há muito, invadiu tua seara.

A água do rio que, tua sede saciava

Poluídas, foram por todas, as dores.

Mas, ao mundo, exibias as tuas chagas

Como se fossem, flores!

Tua alma triste, não sonhava mais!

A esperança, deixaste, a beira da estrada

Tua vida, da felicidade, perdeu o trilho.

As ilusões, fantasiadas de pesadelo.

E do amor que sentias. tinhas medo!

O teu amar em solidão, te curvava os ombros.

Mas, do outro lado da avenida, quem te amava

Em, um gesto de amor, quase, enlouquecido,

Quebrando pedras, partiu todas as amarras...

E o imensurável amor que, a te devotava,

Fez, a vida ressurgir, entre os escombros!

( Estes versos, forma escritos na Praia de Camboinha, em 1984)

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 18/11/2014
Reeditado em 25/12/2015
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