Vida e Morte em Linha Reta
A fome da manhã saciei a tarde
Corri à Marte com meu microfone
Um sobrenome e um convite sobre a mesa,
Beleza, mantive-me em ostracismo.
Cinismo? Prefiro chamar privacidade
Coisa que nesta cidade já não há faz um bom tempo
Sonolento escrevi e postei mil cartas
Que o Jarbas, o carteiro, não entregou
E ficou vagando minha mala-direta
Foi ela a culpada da minha morte
Por sorte vivi pra contar a história
Ilusória mas bem contada vira verdade
Que por maldade contei aos netos de avós falecidos
Pois merecidos fizeram valer a pena
Mesmo que plena de bons boatos.
Nem os ratos acreditaram na minha lenda
Numa contenda - com direito a tapa na cara -
Eu disse: - Pára...
Saciei só de manhã a fome da tarde.