Vida e Morte em Linha Reta

A fome da manhã saciei a tarde

Corri à Marte com meu microfone

Um sobrenome e um convite sobre a mesa,

Beleza, mantive-me em ostracismo.

Cinismo? Prefiro chamar privacidade

Coisa que nesta cidade já não há faz um bom tempo

Sonolento escrevi e postei mil cartas

Que o Jarbas, o carteiro, não entregou

E ficou vagando minha mala-direta

Foi ela a culpada da minha morte

Por sorte vivi pra contar a história

Ilusória mas bem contada vira verdade

Que por maldade contei aos netos de avós falecidos

Pois merecidos fizeram valer a pena

Mesmo que plena de bons boatos.

Nem os ratos acreditaram na minha lenda

Numa contenda - com direito a tapa na cara -

Eu disse: - Pára...

Saciei só de manhã a fome da tarde.

Gabriel Paixão
Enviado por Gabriel Paixão em 03/11/2014
Código do texto: T5021212
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