Invisível (Lamento dos envenenados)

Completos outro milhão de voltas,

O mundo não para, o tempo não retorna,

E se a história já foi contada,

O futuro irremediável escrito,

Seriam os lamentos suplícios de memória?

Retornos vazios, honra e glória,

Por terras secas, quem se importa?

Os esforços feitos, sede da alma

Nunca saciado, outra história,

De homens estagnados à outrora.

Inaudível lamento dos envenenados,

Súplica tardia dos invisíveis,

Murmurando ao vento as lembranças

Irreconhecidas dos sensíveis

Em esforços nunca valorizados.

Ato apartado da crosta,

Fora do baile de máscaras,

Sacrifício da fatal sinceridade,

O tolo a eternamente dito covarde,

Ao lamento dos envenenados.

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 01/11/2014
Reeditado em 17/12/2017
Código do texto: T5019842
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