Poesia envenenada X (Não Cantada)

Eis a rima jamais sentida,

A ideia jamais cantada,

História nunca narrada,

A morte antes da vida,

O final antes da parada:

Todas as peças do jogo,

Finalmente encaixadas,

Sentidos forçando a entrada,

Ventos e nuvens carregadas,

Sina de tempestade anunciada,

À apagar das almas, o fogo.

...

Assista ao conto dos tolos,

Brilha a mente intoxicada,

Consumando o brinde altívolo,

Fomentando a final estrada,

Mortos ainda sem terem caído,

Óh senhores do lodo?

...

Paralaxe dos tempos, completa,

Lança quente que atravessa

Âmago da raça retrógrada;

Abracemos nossa distopia,

A derradeira vingança vem,

Da mãe, forte, mas nunca tardia.

Sinta pelo envenenado, poesia,

A devolver-te sobre o mundo, a vista;

Segure a tristeza, tua dívida,

Assassine este teu sorriso,

Ganhado das mentiras do mundo

[partido.

Aqui acaba, o baile de máscaras,

E cada um aceite suas palavras,

Regra do novo jogo já dada?

Convido-te à alma do mundo,

Mergulhe no ponto mais profundo,

Brilho do espelho retorcido,

Vislumbre a fonte do enlouquecido.

...

De sangue preso aos colares de pérola,

O ouro negro que sangrou da Terra,

Suplício final, filhos da guerra,

Em sua mente turva, alma bélica.

...

Entre o sol e lua, mundo perdido,

À toda volta, o vento do desbacle,

Derradeira Poesia Envenenada,

Cântico transcrito em lágrimas,

Dizendo adeus a não vista, noite mais bela.

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 17/10/2014
Reeditado em 11/12/2014
Código do texto: T5002976
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