Liberdade
Promessas, promessas vãs
Repetidas infinitamente
Falta a liberdade que se anseia
Só obrigações, continuamente
Ilimitados são os postulantes
Com discursos de difícil percepção
Redizem com extrema maestria
O que ontem já era repetição
Com a presunçosa face engessada
Busca na marra convencer o cidadão
Matar a Serpente de sete cabeças
É a promessa bizarra de decepção
Nada falta porque de veras nada se é
Esta é a realidade do momento
Iludimos com o sonho da liberdade
Um sonho de contínuo lamento.
O grito de liberdade dos inconformados
O vento varreu jogando-os na sarjeta
Com uma breve canetada afugentou
Pedras no caminho, essa é a meta
Veladas vozes amedrontadas
Como se atrever aos vorazes ventos?
Tudo que cessa é morte
Dominado, jaz o cidadão no desalento
Essa é a paisagem abominável
Mas com olhos de poeta espero
Pelas flores da primavera.