O MONSTRO QUE HABITA EM MIM

Habita em mim um monstro soberano

Que me domina a alma sem piedade,

E me tenta levar sempre ao engano,

Em um abismo exposto em liberdade

Que me causa na vida o horrendo dano,

Dos cansaços que sinto de verdade.

Ele que assim me arranca o coração,

Numa dor incessante que suplica

Por uma paz tardia na prisão,

Onde uma sombra escura já me fica

A impor um medo sem explicação,

Que a sorte tal destino justifica.

Não consigo matar este assassino

Que sempre se alimenta das fraquezas,

Pelas quais levo um duro e forte ensino,

Já que ele me corrói as tais purezas

Que trago desde o tempo de menino,

Do qual vivi repleto de certezas.

Tenho assim que viver em vida triste,

Já que esta besta negra não me larga

E a todos os antídotos resiste...

Pois na inocência da alma tão amarga,

E neste mal tamanho que me insiste,

Já só em sonho o bem é a minha carga!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 18/09/2014
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