Onde moro
Moro onde as ruas são cheias de lixo e entulho,
Cachorros, cavalos, ratos e baratas correm pela rua afora.
Pessoas defecam e dormem a beira de muros,
Muitos mendigam, uns brigam e outros usam drogas.
Moro onde as pessoas são de outras regiões, diferentes em sotaque.
Muitos bebem, xingam e se ferem,
Outros usam maconha, cocaína e crack.
Moro onde a policia é legado de abrupto...
Quem deveria ditar as leis, é corrupto.
Terra de pouca lei, sem ideologias, democracia e críticos,
No centro da corrupção a pior milícia, uma legião de políticos...
Moro onde o hospital público não tem médicos,
Cirurgias são feitas tenebrosas por enfermeiros técnicos.
No meio de humilhação, o pobre, a população de lágrimas o rosto enxagua,
Além de leitos sujos, ainda há escassez: escassez de água.
Moro onde assaltos e crimes ocorrem com frequência,
Também no palácio d’alvorada...
No quintal da presidência,
E a presidente não faz nada.
Moro onde o absurdo desperta com o raia do dia,
Prostitutas já estão nas ruas
Desta singela cidade chamada Brasília...