Meus versos
Digo em meias palavras
verdades inteiras
escondidas entre uma e outra linha
sem som, sem cheiro...
O sabor da saudade
é companheira da vontade de viver;
viver e ver o somar de dias
desenhar o seu rosto
na areia da praia que deixei.
Um passado presente em estrofes
de uma canção que só meu coração entende.
Sons surdos que descem as escadas
rumo ao invisível em que vivo,
ocupando o vazio de minhas mãos
no escuro de uns olhos, negra alma....
No último degrau
está a casa que construí:
sem paredes, só espaços;
sem desejos, só verdades;
e a única certeza de que jamais
serei eu mesma.