Para o Jamafe, o Juquinha e o Rui.
Eita vida atordoada
Não se tem tempo pra nada
Mal clareia já escurece
Não há jeito, nem com prece,
De fazer-se o tempo parar
Por isso eu ando devagar
Achando graça da vida,
Vou ponteando a ferida
Passando mertiolate.
De manhã como um abacate
Mas só um, pois a idade
Não permite comer dois
Pois se faço essa besteira
Lá me vem a caganeira
Eu já sei e me controlo
E de um não passo não
É o bastante pro tesão
E feito a faça no queijo
Eu mato o meu desejo
Às vezes mesmo na mão
Pois minha velha só quer uma
E uma pra mim não dá não.
Mas vamos mudar de assunto
Ou eu digo ou pergunto:
Com quantos paus uma cangalha?
Me responde e não atalha
Se não vou te responder:
Deixa pra lá, não interessa,
Melhor entrar na internet
Olhar umas piriguetes,
Maria, Joana, Geisy,
A Ana, a Rita, a Bete,
Basta acessar o face
Para ficar Tete a Tete
E o papo correr frouxo
Dá até pra marcar um arrocho...
Isso é modernidade?
Experimenta, Jamafe
Mas não comete uma gafe.
Me ouve também Juquinha
O melhor é à noitinha,
A hora de se navegar.
Tu também, Rui, vai devagar.
Ouçam vocês o que digo:
Não se envolvam amigos
Nessa idade não dá mais
Pois pra velho apaixonado
Ainda que o besta negue
Não há dinheiro que chegue.
Josérobertopalácio