Para o Jamafe, o Juquinha e o Rui.

Eita vida atordoada

Não se tem tempo pra nada

Mal clareia já escurece

Não há jeito, nem com prece,

De fazer-se o tempo parar

Por isso eu ando devagar

Achando graça da vida,

Vou ponteando a ferida

Passando mertiolate.

De manhã como um abacate

Mas só um, pois a idade

Não permite comer dois

Pois se faço essa besteira

Lá me vem a caganeira

Eu já sei e me controlo

E de um não passo não

É o bastante pro tesão

E feito a faça no queijo

Eu mato o meu desejo

Às vezes mesmo na mão

Pois minha velha só quer uma

E uma pra mim não dá não.

Mas vamos mudar de assunto

Ou eu digo ou pergunto:

Com quantos paus uma cangalha?

Me responde e não atalha

Se não vou te responder:

Deixa pra lá, não interessa,

Melhor entrar na internet

Olhar umas piriguetes,

Maria, Joana, Geisy,

A Ana, a Rita, a Bete,

Basta acessar o face

Para ficar Tete a Tete

E o papo correr frouxo

Dá até pra marcar um arrocho...

Isso é modernidade?

Experimenta, Jamafe

Mas não comete uma gafe.

Me ouve também Juquinha

O melhor é à noitinha,

A hora de se navegar.

Tu também, Rui, vai devagar.

Ouçam vocês o que digo:

Não se envolvam amigos

Nessa idade não dá mais

Pois pra velho apaixonado

Ainda que o besta negue

Não há dinheiro que chegue.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 01/08/2014
Reeditado em 02/08/2014
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