OS PIRATAS

Cesse tudo o que a força bruta pode,

Que eu tenho tal poder de a liquidar

Já que nada de forte mais a acode,

Pois já vejo o desejo neste mar

Que a vil poeira assim já me sacode

No breve, longo e duro meu olhar,

Porque o valor escuro de alto preço

Jamais terá um fácil endereço!

Não tenho pena destes vis senhores

Que roubam tudo aquilo que desejam

Espalhando os tamanhos seus horrores,

Pois a terra dos outros tanto almejam,

Matando os meus jardins de belas flores

Como se outra batalha nunca vejam,

E entre olhares maldosos de pecado

Espalham o terror que é desgraçado.

Os piratas só querem sangue humano

A escorrer pelo chão tão miserável,

E demonstrando o tal valor do engano

Num espírito assim insaciável

Causam um tão maior e duro dano,

Na sombra do domínio detestável,

Porém eis que aparece o povo herói

Que os seus loucos caprichos já destrói!

Em retirada vão eles com medo

Da força poderosa desta gente,

Que no sangue carrega o seu segredo

Da alma que mostra o quanto é valente!

Os rebeldes não têm o rosto ledo

Porque mesmo que tenham a serpente

Nos corações horrendos que são deles,

A coragem da gente engana eles.

Porém os vis piratas não desistem

E juram atacar de novo o império

Que a eles dizem só caber, e insistem

Que irão dar uma volta ao hemisfério,

Pois já pensam que sempre nos resistem,

Nem que paguem com a vida em cemitério,

Porque são uns ladrões das nossas terras

Que só querem causar-nos novas guerras!

Mas nós estamos prontos para tudo

O que de mal os duros forasteiros

Possam causar no nosso corpo e escudo,

Pois seremos a força dos primeiros

Homens que afastarão já sobretudo

Esses muitos piratas trapaceiros,

Que nunca poderão ganhar à gente

Que tem de Deus a força persistente!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 25/06/2014
Código do texto: T4857563
Classificação de conteúdo: seguro