VIOLA

Viola feita de pinho da serra.

Pinho que cresceu com o orvalho da aurora.

Viola que reluz ao clarão do luar.

Que chora doída sem sair do tom.

Seu destino dá coragem ao coração do violeiro.

Madeira dura e que fica flexível nas mãos do cantador.

Por isso violeiro, não tenha vergonha!

Mostra a beleza do seu lugar através do braço dessa viola.

Mostra no ponteado da viola como a cintura da morena contorna.

É preciso continuar ouvindo o som da viola nas quebradas do sertão.

Nas esquinas das grandes cidades e no coração do sertanejo.

Esteja ele vivendo no sertão ou não.

Por isso dance o catira, o cateretê, o baião...

Pois o artista existe em todo lugar.

Não precisa ganhar dinheiro para dizer que é bom.

É o talento e o jeito de expressar os sentimentos que mostra o veraz,

Sem sair da nuança. Sem precisar de mídia.

Assim vamos apresentando as folias da vida.

Viola no peito.

Viola que o pai lhe deu.

Viola que com suor ele conquistou.

Todas as tardes o sertanejo senta na varanda, sozinho ou com maigos

E dedilha sua viola com olhar profundo no poente.

A noite chega e o som dedilhado continua dando vida nas encostas das montanhas.

Assim é o músico, o violeiro de verdade!

Seja lá nos rincões ou nas grandes avenidas das metrópoles.

Viola feita de pinho da serra.

Pinho que cresceu com o orvalho da aurora.

Viola que reluz ao clarão do luar.

Que chora doída sem sair do tom.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 09/06/2014
Código do texto: T4838674
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