O LUGAR ONDE MORO
O lugar onde eu moro
É tão alto tão alto
Que sinto a respiração do Menino Deus
Quando vou dormir.
E Ele, com seu manto,
Nas noites de chuva,
Cobre as barreiras
Que enraízam meu barraco.
Algumas noites,
O frio é mais forte
E até parece que o Menino,
Ao proteger-se, enrolou-se com todo o manto,
Esquecendo-se de mim.
O chão desmaia
As lágrimas escorrem junto com as lamas,
Paredes, corpos e todo o resto.
Ao acordar, novamente,
O Menino joga seu manto
Agora sobre a dor
Que agoniza em destroços
E toda tristeza
Milagrosamente tem fim.