Ponto a ponto,
Vou tecendo meu caminho
Cada retalho tem uma história
Cada história concluída
É a passagem da vida.
A vida no agreste
Uma seca da peste
Sem recursos
Pra plantar e colher
A fome assolada
Naquela seca danada
Só resta reverter
Vou tecendo meu caminho
Cada retalho tem uma história
Cada história concluída
É a passagem da vida.
A vida no agreste
Uma seca da peste
Sem recursos
Pra plantar e colher
A fome assolada
Naquela seca danada
Só resta reverter
Em busca de novos horizontes
Rumo ao Sudeste, tão distante
Lá vai o retirante
A procura do que comer
Chega na cidade grande
Com a família inteira
Pede ao charreteiro uma beira
Na sua charrete colorida
Recebe um não bem grosseiro
Permanece estarrecido
Desolado
Com a familia a seu lado
Sem saber o que fazer
Ponto a ponto
Qual retalho vai tecer
Na cidade grande
Sem ninguem para acolher
Mal digo, porque saíste
Daquele lugar tão triste
Com sonhos benevolentes
De cuidar da tua gente
E agora, o que fazer?
Retalhos e mais retalhos
Ponto a ponto
Ponto a ponto
Vai tecer.