FEITO CALANGO
Quando menina, adolescente
Em dias invernais de minuano
De sopros gelados,
Não havia canto,
Que ele não se apropriasse.
Toda encasacada
Imitava os calangos
Procurando um canto
Livre do terrível minuano,
Para me aquecer.
Em dia de sol
Fazia fotossíntese
Feito planta de jarro.
Fechava os olhos
Deixando que os raios do sol
Invadissem todo meu ser
Até derreter o corpo
E o coração retumbar suave.
Aos poucos, abandonava um dos agasalhos
Depois outro, até expor a pele alva.
Minha mãe muitas vezes
Da janela alertava:
- Guria, tu vai pegar sol demais.
Mas eu continuava ali calada
Inerte feito calango
Sugando toda energia do astro rei.
Quando o vento gelado mudava a direção
Dobrava a esquina por detrás do velho galpão
Era hora de deixar meu oásis
Descer pra terra,
Juntar meus agasalhos
E outra vez me abrigar
No casulo de meus pais.
Escrito por Cristawein
Quando menina, adolescente
Em dias invernais de minuano
De sopros gelados,
Não havia canto,
Que ele não se apropriasse.
Toda encasacada
Imitava os calangos
Procurando um canto
Livre do terrível minuano,
Para me aquecer.
Em dia de sol
Fazia fotossíntese
Feito planta de jarro.
Fechava os olhos
Deixando que os raios do sol
Invadissem todo meu ser
Até derreter o corpo
E o coração retumbar suave.
Aos poucos, abandonava um dos agasalhos
Depois outro, até expor a pele alva.
Minha mãe muitas vezes
Da janela alertava:
- Guria, tu vai pegar sol demais.
Mas eu continuava ali calada
Inerte feito calango
Sugando toda energia do astro rei.
Quando o vento gelado mudava a direção
Dobrava a esquina por detrás do velho galpão
Era hora de deixar meu oásis
Descer pra terra,
Juntar meus agasalhos
E outra vez me abrigar
No casulo de meus pais.
Escrito por Cristawein