Paz de Uma Criança
Noutros meus tempos a mesa estava pronta, a valsinha tocava,
Os olhos se olhavam e a música tocada irradiava paz.
Nesses tempos a fila andava ao som do amor da cantoria,
E as crianças rolavam e ralavam-se na rua lá de trás.
E viva o Judas do poste da esquina da padaria
Viva o gato que berrava sua dona, tal dona Chica...
Essa brincadeira velha de puxa e estica.
Outro dia lembrei a velha que me dava bala no pé da igreja,
Viveu sua história na cabeça que se tornou lembrança,
Viveu ali sua herança...
Hoje peço um tempo que seja inteiro,
Um tempo sem pressa, que me interessa,
Pra dançar a valsa da minha infância
E morrer na paz de uma criança.