ACABOU A LUZ – DEVANEIO

ACABOU A LUZ – DEVANEIO

O temporal interrompe o fornecimento da luz,

Luz de vela nesse momento me transporta,

As sombras na parede e os raios de Iansã,

O vento traz melodias tão de longe para mim,

Falam de meus medos do passado e presente.

As gotas da chuva na janela são sons de piano,

Numa calmaria da ventania vejo sua face,

Minha mente é Condor que corta o vento,

Rompe a distancia no pensamento apenas...

A vela tremula vejo o sorriso dos que passaram,

Vejo o seu sorriso que me encanta tanto,

Tenho medo que meu inconsciente tire você de mim.

Não fui criando para subir no pódio dos vencedores,

Para competir pelo premio máximo.

Nasci no estigma de ser pardal jogado pelo vento,

Arremessado pela tormenta contra a janela de vidro,

De dar a outra face e isso ocorre a todo o momento,

E nunca merecer a medalha de vencedor.

Sob a luz da vela e os raios e Iansã sinto você,

Um prêmio merecido pela longa caminhada,

O diferente de todos os prêmios de consolação,

Mas falta eu sentir que sou merecedor,

Falta a adaptação dos meios termos em nós,

A composição do piano levada pelo vento,

Acima de tudo falta saber que o pardal tem seu valor...

André Zanarella 13-03-2014

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 14/03/2014
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