Poesia envenenada VI: Rabeira além do mar. (A casa dos corações partidos.)

Indo para o onde o vento guiar,

Para além de onde finda o mar,

Onde o horizonte corta,

E fissura afunda eterna e Sol comporta,

O fim do mundo, a rabeira do tempo.

Íngreme beira, a ilusão rasteira,

Corações que viram o lampejo,

Luz que brilha em tempestade,

Tolos não sabiam, ao final do passo...

Ah, tudo que resta, tolos corações,

A queda onde apenas iriam se afogar.

A casa das estrelas frias,

Donde apenas poder-se-ia ouvi-las chorar,

Com os ecos de almas perdidas

Só o que se podia por suas misérias

Sentado a rabeira do tempo,

Coração pesado, desespero marcado

Nos olhos, na alma, culpado, honrado?

A esperar, um último sinal a bradar,

E voltar a seu lugar, o nada, o vazio,

Pois ferido já não podia retornar.

Memento Mori

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 14/12/2013
Reeditado em 12/04/2014
Código do texto: T4612049
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