OCASO

Inútil busca no fim da estrada

Longe, lá no horizonte, madrugada

O céu flameja, açoita o dia

Numa dor lancinante.

Guardo nos olhos as cores do barrado,

Delas faço uso todo o tempo,

Carrego-as comigo,

Costuro-as no pano de minha saia;

Com elas danço roda,

Mostro as pernas,

Giro a valsa,

Na tentativa de convencê-las

A ficarem comigo

Tão lindas essas cores da aurora!

Para não esquecê-las,

Seguro-as até o ocaso,

Outra vez me enamoro,

Estalo os olhos, nelas me perco.

Vã labuta,

Vem a noite, tudo é escuro,

Vão embora e de todos os matizes

A mim fica apenas a rubra cor.

O meu peito enrubesce

Cálida e velada

Minha noite aquece,

Calma, esquecida da manhã,

Como convém!

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 08/12/2013
Código do texto: T4603696
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