BLACKOUT

Quando morrer,

você não vai mais me ter,

se encerrará o sensual,

e nada mais fálico de mim para você.

Não penso só nisso,

penso também na luta,

por uma sociedade de direitos,

em que nos enfiamos,

meio a meio.

A ponte, o rio, o mangue,

a flor, o sol, a canção.

Me diga se depois de tudo...

Ainda haverá o que inventar?

A guerra nos empurra,

tantos são comandados,

tantos estão no laço,

um fio de liberdade,

para se ter uma chance...

Recomeçar o que nunca se teve.

Dinheiro nos cega,

boa comida, champanha,

roupa lavada, luxo que se paga,

enquanto isso se define:

credor e falido.

Dinheiro é gás,

falso encanto,

vai-se o tempo hora a hora,

champaha, caviar,

muitos na tua cola.

Quando morrer acaba-se a chance de ter,

e tudo se apaga,

segue-se um grande sonho,

sem lembranças, tudo se abafa,

mais nada.

Omar Botelho
Enviado por Omar Botelho em 01/11/2013
Reeditado em 02/12/2014
Código do texto: T4551147
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