Dia do encobrimento do Brasil

Quando a penumbra esconde a possibilidade

Entre as sombras da esperteza

E quando a brisa se assanha, na sanha da desilusão,

O silencio ecoa na cumplicidade

Impregnando a nação de estranheza

Ao deparar-se com a degeneração!

Não há valor na justiça dos homens, que se dizem “douto”

Nem probidade entre os figurantes da peça encenada...

Não há nada... Nenhum vestígio de dignidade!

Nem respeito, nem pudor, nem ao menos patriotismo!

Tudo se perde no abismo da corrupção

O país se condena ao ostracismo, na veste da impunidade,

Perdendo a liberdade com estranha resignação...

Os corruptos estão soltos

Abre-se a temporada da eleição!

Vale tudo no vale das urnas...

E o judiciário nem vale mais nada

Seu papel enrolou-se oculto

No indulto da alienação.

Neste dia, fatídico e triste

Em que o mundo inteiro assiste

A vergonha globalizada

A democracia falece do mau súbito constante: descalabro

Desmorona e não resiste, reduzindo-se a mero chiste

Lembra-me vagamente da fábula da bicharada

Que com maestria pregava, sabiamente, a unidade:

Todos aqui são iguais. Mas uns... Uns são mais iguais que os outros!

Meu coração se aborrece

Recolhe-se indignado

Em meio a tanta sujeira.

A esperança padece

E pela primeira vez

Sentindo o espírito injuriado

Envergonho-me de ser brasileira!

(inspirado no dia do voto decisivo do mensalão)

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 08/10/2013
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