Flocos de Vidro

andando solitária

nas ruínas de meus

desvairados sonhos mortos,

vejo-me perdida ao ver

em minha já insensível carne

as cicatrizes nobremente deixadas

pelos flocos de vidro que caem

sobre mim como angélico lembrete

da morte a espreitar ao meu lado,

à espera do milagroso abraço

que tanto me confortará

de minha derradeira lágrima

o momento,a jura eterna

da solidão do sono.

durante essa vítrea nevasca,

recebo em minha pele

cada floco de vidro

como doce lembrança

do futuro morto que ainda

me esqueço de como é,

pois cada momento é

como luz refratada

em cada caco a refletir

toda a sombra que cobre

os sabores a que estão

afogados meus olhos

nas lágrimas que descem

junto com esses flocos

que me atormentam agora

meu corrompido coração.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 14/09/2013
Código do texto: T4482016
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