Meu medo
como um boi no tronco
fico camuflado entre as paredes.
o silêncio de suas palavras
lavra a doçura dos meus sonhos
tento de todas as formas
arrancar as lágrimas dos meus olhos.
sua ausência me permite chorar...
choro feito criança, por nós dois
como uma ave que desaba do penhasco
vôo rente as arestas pontiagudas
que revestem as entranhas do meu ser
e agora me aprisionam. É o fim do mundo!
com as pontas dos dedos
aperto os olhos
e, em transe, grito
tô doido, tô doido, tô doido...