Meu medo

como um boi no tronco

fico camuflado entre as paredes.

o silêncio de suas palavras

lavra a doçura dos meus sonhos

tento de todas as formas

arrancar as lágrimas dos meus olhos.

sua ausência me permite chorar...

choro feito criança, por nós dois

como uma ave que desaba do penhasco

vôo rente as arestas pontiagudas

que revestem as entranhas do meu ser

e agora me aprisionam. É o fim do mundo!

com as pontas dos dedos

aperto os olhos

e, em transe, grito

tô doido, tô doido, tô doido...

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 12/04/2007
Reeditado em 25/04/2007
Código do texto: T446630
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.