LADAINHA DE SERTÃO

perto do sol,

minha pele

perto do sal,

meu pensamento

e enquanto o sertão não vira mar,

passo aqui horas de sofrimento;

perto da terra,

meus pés descalços

perto de ti,

nem ao menos um momento

e enquanto não posso te tocar

calejo minhas mãos nesse tormento;

perto da realidade,

minhas lágrimas

perto do sonho,

seus cabelos ao vento

e ao menos por enquanto

faço da poeira da estrada,

meu alimento;

perto do inferno,

minha labuta

perto do céu,

a minha fé no "padinho"

e enquanto não me liberto dessa luta

vou cavalgando meu burrinho...

Adriano Soares
Enviado por Adriano Soares em 22/06/2013
Código do texto: T4353941
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