Amor desperdiçado
Nesta manhã de janeiro, como outrora,
O sol abençoa-me, celebrando o dia.
E, assim quente, doirado e generoso,
Há de beijar-te ternamente o rosto,
Como fazia eu, a cada aurora!
Neste verão uma saudade imensa
Em mim, se faz, pela tua ausencia.
E, de coração amargurado, te imploro agora:
- Não façamos como em outros janeiros
Quando pela vida, não queríamos ser achados...
Volta, e vamos de braços dados
Resgatar nossos verões passados.
Sarar a solidão desse amor doído
Pois, não é justo, tanto amor em desperdicio.
E perdemos tanto tempo e tanta vida
Desde aquela longa e dolorosa despedida
Que, caprichosamente, estamos sós...
Mas, de hoje em diante, eu decidi:
E,não mais posso admitir
Que, sómente o Senhor Destino
Tenha o direito e o livre arbitrio,
De desatar, das nossas vidas, os nóis!