Nuvens Pesadas
Que depressa as nuvens tão pesadas
Desabem no meu solo enxarcado
Onde os germes rastejam agoniados
A corroer minha alma soterrada
Pelos destroços de palavras atiradas
E metralhas de versos abandonados
No cemitério dos corações angustiados
Onde jazem as ilusões estraçalhadas
E a chuva toda ela me afogue
E me afague no que sobra dessa dor
Para que eu sobreviva ao fervor da tempestade
E lave-me a correnteza, meu lixo jogue
Num terreno baldio, sem endereço, sem cor
Para que eu renasça antes que seja tarde.