ERA UM RUA

Era uma rua.

Pobre e rica rua.

Pobre de chão batido

De cascalho de rio.

Rica de crianças pobres

Em felizes e intermináveis

cirandas

E com alegria estampada

Nos rostos borralhentos!

Era uma rua.

De um lado, casas humildes.

Do outro, lírios do brejo

Nevando ricamente

O verde pasto.

Era uma rua.

De nome ignorado.

E havia ali uma várzea

Onde tocava

Uma orquestra de anuros

E constelações

De pirilampos sobre as taboas.

Era uma rua.

Pobre sim, mas

Rica de crianças

Em cirandas inocentes

Como se fosse para sempre,

Brandas as ondas

E límpidas as águas!

JAL- SBC-SP.

12/052/2013

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 13/05/2013
Reeditado em 18/03/2023
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