ERA UM RUA
Era uma rua.
Pobre e rica rua.
Pobre de chão batido
De cascalho de rio.
Rica de crianças pobres
Em felizes e intermináveis
cirandas
E com alegria estampada
Nos rostos borralhentos!
Era uma rua.
De um lado, casas humildes.
Do outro, lírios do brejo
Nevando ricamente
O verde pasto.
Era uma rua.
De nome ignorado.
E havia ali uma várzea
Onde tocava
Uma orquestra de anuros
E constelações
De pirilampos sobre as taboas.
Era uma rua.
Pobre sim, mas
Rica de crianças
Em cirandas inocentes
Como se fosse para sempre,
Brandas as ondas
E límpidas as águas!
JAL- SBC-SP.
12/052/2013