Lira

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Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)

Meu canto é chuva de tristeza e ardume,

Vindo de nuvens de agonia e amor.

Não lê meus versos se não tens queixume,

Não lê meu livro se inexiste dor.

Vulgar minha lira, de simplório canto;

Provindo d’alma toda inspiração.

Despreza o vate se te é seco o pranto

Ou rara a angústia no teu coração.

Meu livro é flor de fragrância inibida,

Meus versos pétalas de humilde flor.

Eu planto flores com a minha vida

E colho versos com a minha dor.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 07/05/2013
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