Travessia

De mãos vazias parti,

nada levei, senão a minha dor.

Caminhando segui em frente,

acompanhada pelo silêncio.

A madrugada era fria,

o vento, gelado e cortante.

Cortava em gotas as lágrimas,

que dos meus olhos caiam.

Vazias estavam as minhas mãos,

nada tinha, nada levava portando.

Nem mesmo a minha alma,

não sei se me acompanhava.

Sozinha, sempre sozinha,

percorro a minha estrada.

Fazendo a minha travessia,

nas brumas que me envolvem.

Nada tenho, nada levo,

sonhos, alegria e amor.

Perdida em meio a neblina,

não sei se o dia, já raiou!

Cecília-SP/04/2013