VERSOS CONDENADOS

Meus versos embriagados

Tiraram a roupa em praça pública

E foram presos

Por atentado ao pudor

Sem direito a advogado, fiança

Nenhum tipo de defesa,

Nas grades da correnteza

Que só levam ao leito da dor

Tiveram um julgamento impiedoso

Tamanha ousadia não poderia ficar impune:

Foram condenados a sofrer de amor!

Como choram os coitados

Fracos, desanimados

Que só para não morrer de fome

Colhem as migalhas de pão

Que caem dos lábios da flor.