Inconstante

A manhã nasce formosa, com o sol radiante.

A luz preenche os espaços, as sombras se dissipam.

As flores belas e delirantes, se abrem pra vida.

A natureza acorda, dando adeus a preguiça.

Diante da sapiência da vida, me ponho a pensar:

Se a manhã e tão formosa, porque termina?

Se o sol é radiante, porque se põe ao entardecer?

Se a luz é fonte de vida, porque se apaga?

A noite chega mansamente, tudo é silêncio.

As flores se recolhem, a espera do orvalho da manhã.

Os animais procuram abrigo, em qualquer cantinho.

Será que as borboletas, também foram dormir?

Os passarinhos estão escondidinhos, embaixo das suas asinhas.

A lua se mostra no céu, meio inibida.

Aos poucos, as estrelas piscam aqui e ali.

A manhã não tarda a chegar!

Mas como nada é constante, a vida também não é,

o que vimos e vivemos hoje, amanhã será diferente.

Jamais viveremos um dia igual ao outro!

O ontem, não voltará mais!

E como as manhãs, o sol, a noite, e as estrelas,

viveremos um dia de cada vez.

SP/04/2013