ENTRE AS PAREDES DO PENSAMENTO
Ecoa entre as paredes do pensamento
Tudo aquilo que eu esperava de mim.
Oh, mente assombrada, sem mais escolta
(casa de minha infância), atenda
Dá-me o quintal e minhas ruas de volta.
Conspira comigo e restitui-me a prenda
De conviver, sorrindo, entre estrelas
Com a dominante verdade pura.
Quero comigo a ingenuidade de vê-las,
De, pueril, rir do palhaço, imatura
E de aceitar franquia de ingresso a mim.
Ai, mente endurecida em armadura
Tuas lembranças assim alvas, de jasmim
Perfumadas são flores de laranjeiras.
Que adornam dos meus portais o festim,
Levam-me de volta a alvissareiras
Promessas futuras que não têm fim.
Agradeço imensamente à escritora Recantista, Esther Ribeiro Gomes, por esta magnífica interação:
Ah, mente triste, desiludida,
entorpecida pelas vicissitudes da vida,
leva-me a viajar na névoa do tempo,
quero resgatar doces momentos,
inundar de sonhos meu pensamento,
me inebriar do perfume de jasmim,
dormir sob as estrelas, no jardim,
sentir a carícia do vento!
Esther