O FREVO DOURADO

Tesoura, rojão, tramela

Lá vai Dora,

A dona do passo

Frevando,

frevendo,

fervendo

Nesse descompasso

Que é só dela

Os marmanjos babam

As moçoilas se mordem

Mas Dora, minha passista

Nem se dá conta

Que sua sombrinha

Possui um feitiço

De objeto sagrado

Que até esse poeta

Na sua fuga do mundo

Fica de alma tonta

E olhos hipnotizados.