coisas inúteis que ás pessoas não colam
o silêncio que
trago não é do
rio ou das corolas
que se dizem virgens;
não é do barco
de aço que me trouxe
até aqui, e nem da comida
que como até colocar pelas
costas
nem do cipó que amarro a lenha
que vai queimar o feijão
muito menos no barbante que
estendo minhas máscaras
( várias delas, disformes ou
conformes )
não é do seio que sai da montanha
quando sol se queda; e eu me finjo vivo
quando uma parte é pedra outra parte
é sombra
o silêncio que trago é só um narcótico
que me tira do trabalho e das horas
que me deixa num limbo falando de
coisas inúteis que ás pessoas não colam