Quando Não Quero

Eu sou todo essa vontade de fugir

De desaparecer, de ser esquecido

De submergir, e emergir, combalido

Obliterado, de tudo quanto possa urgir.

Eu sou todo esse desejo de morte

De quem nunca se deu com a sorte

De quem sempre teve o crânio partido

E viu as esperanças escorrerem feito fluído.

Eu sou como a curva de um rio

Que altera os caminhos, os mapas.

Eu retenho a sujeira, modifico os chacras

E estagnado escorro, idólatra das coisas parcas.

Eu sou todo esse monte de Nada

Que em nada redunda

Que em nada retumba

Que em nada nada e em nada se afoga.

20/03/2013 - 21h05m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 20/03/2013
Código do texto: T4199393
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