Mãe gentil
A natureza mostra-nos seus traços,
desvenda-se, ante os nossos olhos
estarrecidos com a força dos seus passos.
Por que aquela que é mãe gentil
se enfurece com os filhos seus?
Por que da mão que verteria amor
saem flagelos a causar a dor?
Se amor de mãe é incondicional,
como explicar o peso dessa mão cruel
a açoitar seus filhos e causar-lhes mal?
Por que castiga os desafortunados
que colhem, hoje, os frutos do pecado
ou da ignorância, semeados?
Não somos inocentes nessa história,
muitos de nós fazemos nossa parte,
e colocamos nisso toda arte
para degradar o meio em que vivemos.
Metemos nossas mãos irresponsáveis,
causamos danos irreparáveis:
não merecemos a mãe gentil que temos.
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RJ,o4 jan/2010
(não aceito duetos, por favor)
(não aceito duetos, por favor)