SÚPLICA

De repente, a cama

vira um poço imundo,

escuro,

onde me jogo

em estado de exaustão,

queda livre,

sinto náuseas...

agonias...

quero prisão.

O vazio deitado ao meu lado

põe suas pernas

sobre o meu corpo,

lambe minhas costas,

beija minha mão,

causa-me tremores

que me impedem de comer,

pensar, dormir,

de dar voz à inspiração

Volta, meu cobertor,

ocupa os meus espaços,

desarruma a minha cama,

por favor, eu te peço

Quero a imperfeição do teu corpo

sobre o meu,

pois só nele eu consigo

bordar os meus versos.