Nada mais é igual
As águas que rolam, não voltam.
Ondas que se formam, se desmancham.
Nuvens carregadas no céu, prenúncio de chuva a cair.
Nada mais é igual, coisas que vão e que vem.
Tudo ganha um novo sentido, apesar de ser igual.
A maré se forma alta e se transforma em maré baixa,
beijando a areia, desfazendo esboços ao relento.
Ondas que se agigantam, rolam e se amansam na praia,
brincam como velhas rendeiras, no tear a trabalhar.
Tudo vai e volta, mas nada mais é igual.
Todos os dias, todos os segundos, tudo começa e termina.
São coisas que se repetem e que jamais serão iguais.
Como as ondas que hoje vejo, amanhã já serão outras
bailando com vestes brancas, ao longo, à beira-mar.
Tudo passa e se transforma, repete e se evolui.
É como o instante que chega e num piscar de olhos se vai.
Outros instantes virão, mas jamais serão iguais.
SP/01/2009