A ALMA ETERNIZA SUA DOR
Nos meus percalços pisei em falso,
Quebrei o pé, dor dilacerante, estonteante,
Levantei pisei na serpente de repente,
Dor, dor, dor, no instante sentir.
A alma chora por outras dores,
O machucado apenas materializado,
Outras quedas ali representadas,
Ao hospital fui levada, e engessada,
A dor não pode ser imobilizada,
Não há remédios para as dores da alma,
Radiografia tirada, alma não representada,
Apenas a constatação de duas fraturas,
A ruptura da alma ferida está escondida,
Em férias emocionais, imperceptíveis,
Não há tecnologia que veja a magia,
Nem a agonias de prantos contidos.
Duas muletas boas companheiras,
Trazendo a amiga cadeira de rodas,
Solicitas a qualquer instante servir,
Não precisou insistir, aceitei a ajuda,
Que Deus me acuda e faça-me refletir,
Na cadeira de roda tracei minha rota,
Dores emocionais, não adianta fugir,
Nem disfarçar melhor enfrentar e reagir,
Na fuga podes cair pisar em falso,
Afundar na proporção da distração,
Ficar atenta para não trair o coração,
Não se distraia de ingratidões,
Santa ingenuidade, sagrada maldade,
Na ignorância o tormento do sofrimento,
Reagir é a meta, certo ou errado,
Grito meu grito entalado emocionado,
A voz fica rouca, choro engasgado,
Vou seguir na direção do coração,
Na minha razão coloquei emoção.