Não se pesa

Carne por carne não se pesa o sangue,

Porque já disse o outro a carne é fraca,

E se tão fraca carne me sustenta langue,

Um mangue me deixa todo o corpo em craca.

Sujeira por sujeira não se pesa o pó,

Inda mais quando o chão se varre,

Me agarre agora ou fico só,

Pois só fico sem quem me amarre.

Sentido por sentido não se pesa a letra,

Principalmente quando não é poesia,

De cortesia, folhas brancas letra preta,

"Treta é arrumar trampo nesse dia-a-dia."

Noite por noite não se pesa a hora

Porquanto for madrugada

Pois nada obrigar-me-á a ir embora

Por aí afora, sem lenço, documento, sem nada.

Alegria por alegria não se pesa o sorriso

Sujeira por sujeira não se pesa o pó

Sentido por sentido não se pesa a letra

Pois nada obrigar-me-á a ir embora só.

Gabriel Paixão
Enviado por Gabriel Paixão em 30/01/2013
Código do texto: T4113075
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