A razão diz que devo ir me deitar
Mas o sono não chega; está “em greve”,
E uma angústia perpassa meu olhar.
 
Abro a janela e num impulso breve
Ponho-me a observar o que de mais
Belo existe lá fora - simples, leve.
 
Observo toda  a luz da noite, reais
Mensageiras de paz na escuridão,
Na comunhão com seres sempre iguais.
 
Alma serena canta e estendo a mão;
Apanho este sereno dessa noite
Úmido, carregado de emoção.
 
Nessa paz não percebo a meia-noite
Espaço pra razão, enquanto o sono
Não vem, sinto o sereno, terno açoite.
 
Penso no ser humano, sem adorno
Sem consciência ou mesmo só vergonha
Ultraja essa quietude  num suborno...
 
É que acreditam que tem muita ronha.
E, refletindo assim o sono não vem;
Sempre tento afastá-la bem risonha.

Mas da noite o clarão vai muito além;
Ilumina quem chega e também vai
Numa mostra perfeita do que tem.
 
O sono não vem  mas, a luz distrai.
 
 
 Este texto faz parte do Exercício Criativo Enquanto so sono não vem
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MVA
Enviado por MVA em 21/01/2013
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T4097552
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