Nas Ruas

A madrugada é o eco surdo de um silêncio infindável

Rompido apenas pelas percepções extra-sensoriais

Que juram incorruptivelmente que o sentimento mais afável

Não deitou-se eternamente como todos os mortais

Nos becos, só a fumaça de qualquer papel queimando

Nas ruas, jornais varridos pelo vento como toda e qualquer história

Seus olhos desfocados vislumbram quase cegos o tempo passando

São segundos eternos pingando dos tonéis arcaicos da glória

Bem mais altos que os viadutos desta selva de pedra

Erguem-se seus olhos embriagados da calçada aos céus

Pergunto-me que amor seria este a que não negas?

Que sentir esse que entrelaça-lhe os véus?

Desventurada garota entorpecida, réu de causa perdida

Sem um advogado de defesa, apenas tens a quem lhe fira

Sua juventude some num espiral de libido e vertigem a que te entregas

Enquanto insone perambulo espreitando teus passos, envolto em trevas...

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 10/01/2013
Código do texto: T4078243
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