Sentimentos na ponta do lápis

Por que insistes em escrever trechos que me destroem e me trituram, e que de pedaço em pedaço vão me tornando pó, e de pó em nada?

Por que te zangas com pequenos gestos meus, se ajo assim de modo a defender-me de tuas pontas afiadas?

Por que carregas um ar de soberania se és lápis e eu borracha?

Borracha inoperante é verdade. Que não te apaga apesar dos rabiscos que fazes em uma folha branca e perfeita de nome vida.

Borracha esta que te ama, que te quer perto, mas que tem um limite. E quando ele chegar ela não poupará uma única linha escrita. Não sobrarão rabiscos... Traços... Nem pontos ou retas. Apenas uma folha, já não tão perfeita, mas que pode e que certamente será reutilizada por um outro lápis que não magoe esta borracha sofredora ...

Todavia, mesmo que a folha esteja novamente pronta para uso, a borracha terá sim perdido um pedaço si, assim como o lápis perdeu parte de seu grafite. Ambos saem perdendo. Então Antes de rabiscar uma história que tal você lápis, pensar se ela será produtiva e boa para ambos. Assim evitaríamos o desgaste... Desgaste este que não tem volta, assim como confiança...

Borracha e lápis não precisam ser o casal ideal e perfeito como nos contos de fadas. Apenas precisam saber lidar um com o outro. Perdoar, compreender, entender e principalmente superar.

Precisam escrever um livro, com rasuras obviamente, mas estas não serão empecilhos para que o livro tenha um final perfeito escrito.

Diego Leonardo
Enviado por Diego Leonardo em 31/12/2012
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T4060921
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