O levante popular

Envergaram-se os alicerces perante força atemporal

Petrificaram-se as baixezas dos marechais algozes

Emudeceu-se a eloquência dos militantes ferozes

Face ao poder peremptório desta balança eleitoral

Calçado nos desatinos dos ajuizados cidadãos

Doutorandos na sofreguidão da labuta estradeira

Pesado na consciência de uma justiça derradeira

Fez-se o levante furioso em protesto aos alabãos

Impiedosos fustigaram a pálida ferida da nação

E agora em tua carne se estampa a cólera onipotente

Pois o açoite do chicote já não faz mais obediente

Um povo de raiva cega que agora enxerga a fálica gestão

Pelo que decretou tua ação fez-se a lei bárbara da reação

Ecoar em tua bastilha o deboche sonoro de tua própria gente

Que já marcha com vivacidade face ao teu trote decadente

Rumo aos confins do esquecimento em alguma esquina do sertão

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 28/10/2012
Reeditado em 17/02/2013
Código do texto: T3955948
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