ETERNA AMANTE DO POETA
Não! Não questione o poeta
Ao lixo: as algemas
Os cadeados, as cordas
Seus sonhos
Sua meta
Quero a liberdade de vomitar
Um porre de sentimentos
Colhidos em qualquer bar
Um amor escondido
Um desejo tolhido
Uma verdade que não precisa do ar
Inventada no meu copo de uísque
Tranquem os camburões da alma
Ninguém mais entra
Ninguém mais aguenta essa calma
Essa métrica
Esse suco doce
Sua roupa politicamente correta
Protetor contra o teu olhar
Quero sapato que não aperta
Ficar só, me desesperar,
Quero toda a dor na minha cama,
Eterna amante do poeta.