VASOS
Talvez a argila
Que me havia composto
Estivesse impura
E as minhas formas
Não tão equilibradas
Se devessem
À inaptidão do oleiro.
Mas, na minha serventia
Guardei a água,
Mantendo-a potável e fresca.
Até o vinho das páscoas guardei.
Por fim agasalhei flores
alegrando humilde recanto.
Tu no entanto foste peça rara,
Ostentação da casa.
Preciosa, valiosa, orgulhosa.
Sobre sedas suntuosas
Repousavas
Com cuidados desmedidos.
Mas um dia,
Tu também foste ao chão.
E agora olhando os nossos cacos
Imprestáveis num monturo
Quase não a reconheci.!
José Alberto Lopes®
set.17/2012