VASOS

Talvez a argila

Que me havia composto

Estivesse impura

E as minhas formas

Não tão equilibradas

Se devessem

À inaptidão do oleiro.

Mas, na minha serventia

Guardei a água,

Mantendo-a potável e fresca.

Até o vinho das páscoas guardei.

Por fim agasalhei flores

alegrando humilde recanto.

Tu no entanto foste peça rara,

Ostentação da casa.

Preciosa, valiosa, orgulhosa.

Sobre sedas suntuosas

Repousavas

Com cuidados desmedidos.

Mas um dia,

Tu também foste ao chão.

E agora olhando os nossos cacos

Imprestáveis num monturo

Quase não a reconheci.!

José Alberto Lopes®

set.17/2012

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 18/09/2012
Reeditado em 18/03/2023
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