Sodadi du meu caboclo 

 
Si um passarim cantá
Ficu cuma o Bem-ti-vi,
Que abri u bicu a  triná,
Falanu pra Juriti.


Qui u ventu traiz sua vóiz
pra pertim das minha orêia
e u sufrimentu é atróiz
qui meu corpo imbalancêia


 
Cum a sodadi matadera
qui mora dentru du peitu,
Cuma água da cachuera,
qui sufoca, num teim jeitu.


Pertinho nóis já moremo,
Tapera fundu cum fundu,
Cum otra, ocê viveno,
Ieu num sofrê profundu...

 
Hoji nóis tá na cidadi,
Ninhum dus dois foi filiz,
Mais ficô a tar sodadi
Das coisa qui ieu nunca fiz...

Sodadi docê caboclo,
du amô qui num vivemo.
E hoji restô tão pouco,
nóis tomém enveicemos.





Com estes meus versos antigos, volto hoje para falar da minha saudade de todos os recantistas.
Um grande abraço a cada um que passar ou não por aqui.
Bom dia!!!



Minha amada mana, MILLA PEREIRA, veio abrilhantar esta página com seu encantador poema caipira.

Obrigada, querida poetisa, melhoras pra você, é o tempo que está fazendo o povo todo ficar resfriado.



 
CANTO DA SÓDADI
 
U meu coração qui chora,
minha arma qui aduece.
Pur sua vórta implora!
- Di sodadi nóis padeci...
 
Foi um tempo bão aqueli
qui nóis fumu tão filiz.
Mai ôji eu choru pur eli
qui i meu amô num quis...
 
Nossa casinha na serra
e inté us passarim,
as pranta na nossa terra,
e tomêm nossu jardim.
 
Tudo ficô muito triste,
dispois qui ocê partiu.
Se a filicidadi inziste,
aqui ninguém jamais viu...
 
Sódadi du seu abraço,
nas noite di lua cheia.
Eu fico contano us passo
qui ocê dexô na areia...
 
Cabôco, vorti dipressa,
pra mi fazê um carim...
U meu coração tem pressa
di vê nóis dois bem juntim!
 
(Milla Pereira)
 
Maninha, seja bem vinda de volta! Tem e-mail pra vc, veja lá...
Bjs, MIlla
 



 
Minha querida e talentosa poetisa ROSA SERENA, deu-me a honra de sua participação neste texto. Obrigada, querida, a sala está sempre aberta pra você. Beijos, 

 
 
5/08/2012 07:54 - ROSA SERENA
 
Bateu aqui nu meu peitu
Uma sodadi danada
Du cheru di um sujeitu
Qui nunca soubi di nada.
Nem du amô qui eu trazia
Das vontadi qui eu sentia
De pur ele sê abraçada!
 
Vivia eu suspiranu
Com as bochecha vermeia
Quandu via ele passanu
Agarranu a namorada
Dava uma dor duída
Eu sufria nu meu cantu
Me sentinu rejeitada!
 
O tempu foi passanu
Deixô marca na cara
Os denti foi cainu
Tô véia e calejada
Mais nunca me esqueci
Da paxão desenfreada
Desse danadu caboclo
Que me dexava moiada!
 
Hull, bom dia querida poeta!
Ocê me alembrô de um amô da juventude minina!
Eita que coisa mais boua essa de escrevinhá inspirada pelo ôtro poeta!
Grande beijo!VIDA, FORÇA, SAÚDE!




Nem aquerditei quanu vi qui meu cumpadi tinha vindu pru café. Meu cumpadi a sodadi é tanta. Vou? Inté a Mirah vei pramodi abraçar ocê. Vorta logo, meu cumpadi.

 
15/08/2012 17:08 - Airam Ribeiro

 
Paçaram-ci arguns dias
E a vontade de vortá
A fazê minhas porfias
Para aqui cuntinuá
Mais inda ando no escuro
O serviço ta muito duro
Mais eu vô perseverá.
 
Tem dia qui da uma sodade
Dos tempo bom qui passô
Quanta filicidade
Aqui no RL isparramô
Prumiti tanto quia vortá
Tô aqui a mim vergonhá
Seno um inganadô.
 
Mais nun tô inganado não
Fazê casa só é dureza
Mais aviso de ante mão
Qui nun tô cum a tristeza
Inda tenho um coração
Qui xora pelos irmão
A quem devo muita fineza.
 
Meus irmão quirido
Agardeço pelos carinho
Por vocêis terem tido
Lembrado do caboquinho
Fiquei mais véi na verdade
Mais a cada ano a filicidade
Omenta mais um tiquinho.
 
Dia treze compretei 64 e quato anos.Obrigado a vancê cumade Hull e a todos qui alembraro de mim mermo tano uns dia afastado.
 Fique cum Deus!
 


 
 
E a menina Rosa Serena voltou linda e perfumada para embelezar esta sala. Obrigada, minha linda.

 
16/08/2012 08:33 - ROSA SERENA
 
 
Ô menina você judia
Do meu pobre coração!
Quantos versos de alegria
Me encheram de emoção!
Já está lá no meu canto
Com muita satisfação,
Enfeitando o Recanto
Versos flores que o são!
 
Hull, quase morri de felicidade hoje ao abrir meus emails!Obrigada por tanto carinho! VIDA, FORÇA, SAÚDE!
 


 
 
 
17/08/2012 17:13 - Jorge Luiz Vargas

 
Ê que sodade que dá 
Dos tempu que si iscondêru 
Nunquinha eis vão vortá 
Jamais se há de chegá. 
 
Marcaru cum ferro e fogo 
Os momento que passamu 
Mas podemo fazê tudu novu 
E pra lembrá duque vivêmu.
 
 


Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 08/08/2012
Reeditado em 18/08/2012
Código do texto: T3819626
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